sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

abertura ecumênica no pontificado do papa francisco

A abertura ecumênica no pontificado de Francisco. Desafios e perspectivas. Entrevista especial com Walter Altmann

“Na revalorização do legado do Concílio Vaticano II, que parece ser outra marca distintiva do atual Papa, há a possibilidade de que o ecumenismo venha a recobrar força”, diz o teólogo.
Foto: http://bit.ly/18bzvir
“Entre os protestantes, que têm entre si uma diversidade bastante grande, predomina nitidamente uma impressão muito favorável doPapa Francisco, bem como dos gestos e posicionamentos que ele tem apresentado.
Isso se refere, em especial, à sua sensibilidade pastoral, sua preocupação com as pessoas pobres e em situações de vulnerabilidade, bem como sua humildade.” O comentário é deWalter Altmann, teólogo e professor de Teologia nas Faculdades EST, ao refletir sobre o pontificado do papa Francisco e as ações que conduzem as tradições cristãs ao ecumenismo.
Na entrevista a seguir, concedida à IHU On-Line por e-mail,Altmann ressalta o enfoque pastoral de Francisco na condução da Igreja e afirma que seu pontificado abrirá “novas possibilidades para as relações ecumênicas, pois frequentemente as divergências doutrinárias entre as igrejas têm um pano de fundo de contextos históricos, culturais e, não poucas vezes, também políticos, sociais e econômicos”.
Formado em Teologia pela Escola Superior de Teologia - EST, em São Leopoldo, Walter Altmann é doutor em Teologia pela Universidade de Hamburgo, Alemanha. Atualmente leciona na EST.
Confira a entrevista.
Foto: http://bit.ly/IujPv4
IHU On-Line - Quais as peculiaridades entre as igrejas católica, ortodoxa e protestante? Diante das suas diferenças, como estão caminhando e podem caminhar em direção ao ecumenismo?
Walter Altmann - As designações “ortodoxa”, “católica”, “protestante”, também “pentecostal”, denotam uma particular ênfase característica para determinadas confissões religiosas. Assim, as igrejas ortodoxas realçam a continuidade desde os tempos da cristandade primitiva; a igreja católica romana, seu alcance universal; as protestantes, a fidelidade ao evangelho; as pentecostais, a ação permanente do Espírito Santo. Para o avanço do ecumenismo, é particularmente importante que as igrejas assumam que essas designações não são de forma alguma excludentes, mas, antes, complementares. Portanto, as diversas confissões cristãs refletem melhor a Igreja de Cristo(una, santa, católica, apostólica) quando se abrem à possibilidade de aprenderem umas das outras.
IHU On-Line - Há mais de dez anos a Igreja Católica e a Igreja de Confissão Luterana celebraram a Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação. Em que consiste este acordo e como ele tem refletido no diálogo ecumênico entre ambas?
Walter Altmann – A assinatura da Declaração Conjunta sobre a Doutrina da Justificação, em Augsburgo, Alemanha, em 31 de outubro de 1999, é o exemplo mais marcante do avanço do diálogo ecumênico em questões doutrinais, pois foi precisamente a divergência em torno da doutrina da justificação que esteve no cerne da divisão da cristandade ocidental no século XVI.
Segundo Lutero, trata-se do artigo de fé com o qual a Igreja “permanece ou cai”. Com formulações e ênfases diferentes, católicos e luteranos coincidem hoje em que a salvação é concedida por graça de Deus e que as pessoas por Deus agraciadas são também vocacionadas a efetuar boas obras, ou seja, obras de amor ao próximo. As diferenças entre catolicismo e luteranismo que persistem hoje (particularmente na área da eclesiologia) são, por certo, importantes, mas de modo algum tão centrais quanto a doutrina da justificação. Se foi possível encontrar neste assunto uma convergência, de modo que tenha sido possível uma declaração conjunta, há de ser possível construir declarações conjuntas também em relação a outros tópicos de fé.
IHU On-Line - Como os protestantes têm interpretado o papado de Francisco em relação ao ecumenismo? Como o papa tem dado demonstração de caminhar nesta direção?
Walter Altmann - Entre os protestantes, que têm entre si uma diversidade bastante grande, predomina nitidamente uma impressão muito favorável do Papa Francisco, bem como dos gestos e posicionamentos que ele tem apresentado. Isso se refere, em especial, à sua sensibilidade pastoral, sua preocupação com as pessoas pobres e em situações de vulnerabilidade, bem como sua humildade. Apreciam também os passos que está tomando no sentido de reforma de estruturas da Igreja Católica e ênfase na descentralização e na colegialidade. O Papa Francisco também tem afirmado o ecumenismo e o diálogo inter-religioso. Contudo, até o presente momento, esta não tem sido a marca mais distintiva de seu pontificado, provavelmente pela magnitude da tarefa que se tem proposto no interior da Igreja Católica. Na revalorização do legado do Concílio Vaticano II, que parece ser outra marca distintiva do atual Papa, há a possibilidade de que o ecumenismo venha a recobrar força.
IHU On-Line - O que diferencia e aproxima o papado de Francisco com o de Bento XVI em relação a esta temática?
Walter Altmann - Bento XVI era bastante zeloso em relação a questões doutrinárias, inclusive disciplinando teólogos e teólogas que lhe pareciam incorrer em desvios doutrinários. O Papa Francisco já indicou com clareza que enfocará essas questões a partir de uma perspectiva mais pastoral. Isso, sem dúvida, abre novas possibilidades para as relações ecumênicas, pois frequentemente as divergências doutrinárias entre as igrejas têm um pano de fundo de contextos históricos, culturais e, não poucas vezes, também políticos, sociais e econômicos. O reconhecimento dessa realidade possibilita reinterpretações que realcem a mensagem originária que é comum às diferentes tradições confessionais e, assim, também lhe conferem uma nova atualidade.
IHU On-Line - Entre as igrejas cristãs, quais sinalizam mais abertura em torno do diálogo ecumênico?
Walter Altmann - Não é possível especificar e quantificar a abertura em relação ao diálogo ecumênico por confissões, pois mesmo naquelas igrejas, digamos, do ramo protestante, mais comprometidas com o ecumenismo, há também forças ou movimentos internos que são mais reticentes ou mesmo antagônicos ao movimento ecumênico. Em algumas igrejas nacionais, essa tendência tem até se tornado predominante. Também na Igreja Católica e nas igrejas ortodoxas há setores e movimentos avessos ao ecumenismo, embora o posicionamento oficial das igrejas lhe seja favorável.
Pode-se, porém, dizer que, entre as igrejas protestantes, as ditas “históricas”, como as luteranas, as reformadas (calvinistas) e as metodistas têm tido um protagonismo mais saliente no ecumenismo moderno. O mesmo vale para as igrejas anglicanas.
Já as igrejas pentecostais têm colocado ênfase na expansão missionária, sendo o diálogo e a cooperação com outras igrejas colocados em segundo plano ou até mesmo rechaçados como contrários ao evangelho. Contudo, a crescente fragmentação do espectro pentecostal tem suscitado, mais e mais, uma preocupação com a “unidade”, que em verdade é também o âmago do ecumenismo.
IHU On-Line - Com o papado de Francisco, que ações vislumbra em direção ao movimento ecumênico?
Walter Altmann - O Papa tem recebido amigável e fraternalmente líderes de outras igrejas e religiões. Contudo, fazer neste momento previsões no sentido da pergunta seria mera especulação. Posso expressar algumas esperanças. Seria, por exemplo, um gesto de grande repercussão ecumênica se o Papa Francisco se dispusesse também a visitar o Conselho Mundial de Igrejas - CMI em sua sede, Genebra, ou o Patriarca Ecumênico em Constantinopla, Istambul. Igualmente, uma visita a Jerusalém, combinada com um significativo encontro de lideranças ecumênicas, teria um alto significado.
Nutro também a esperança de que os resultados de diálogos bilaterais e multilaterais, que têm chegado a notáveis convergências e consensos em muitos assuntos controversos, possam ser levados criativamente para a prática. Almejo que a hospitalidade eucarística possa ser praticada em determinadas circunstâncias, por exemplo, em encontros ecumênicos. Uma regulamentação mais flexível e pastoral em relação a matrimônios mistos também seria desejável.
IHU On-Line - Qual deve ser a participação das igrejas cristãs em temas como a superação da pobreza e a garantia dos direitos humanos? De que maneira e através de quais ações as igrejas podem participar desses debates?
Walter Altmann - Esta é uma área em que tradicionalmente tem havido entre as igrejas uma acentuada cooperação. A eficácia da “voz profética” das igrejas aumenta na medida em que elas podem assumir em conjunto temas como os mencionados, da superação da pobreza e da garantia dos direitos humanos. O Conselho Mundial de Igrejas, em sua recente assembleia, em Busan, Coreia do Sul, abordou de forma especial assuntos relacionados à justiça e à paz.
Já a Federação Luterana Mundial - FLM realizará sua próxima assembleia em 2017 (nos 500 anos da Reforma) emWindhoek, Namíbia, enfocando em seu tema e subtemas que nem a salvação, nem o ser humano, nem a criação podem ser objetos de comercialização (not for sale). Nessas áreas temos hoje um grande consenso entre as diferentes confissões cristãs.
IHU On-Line - Deseja acrescentar algo?
Walter Altmann - Faço votos de que o Papa Francisco tenha pleno êxito em seus empreendimentos, que as reformas sejam eficazes, e, por conseguinte, a credibilidade da Igreja Católica se fortaleça, que seus gestos de dedicação aos pobres inspirem o povo e autoridades políticas ao redor do mundo, que ele persevere corajosamente no caminho que traçou e que os laços de fraternidade com outras igrejas cristãs sejam estreitados.


quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

retomados os contatos entre o vaticano e a universidade sunita al-azhar no cairo

Retomados os contactos entre a Santa Sé e a Universidade al-Azhar no Cairo



O secretário do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Padre Miguel Angel Ayuso Guixot, acompanhado do núncio apostólico no Egito, D. Jean-Paul Gobel, visitou a Universidade al-Azhar no Cairo.
O prelado foi recebido pelo vice do Grão Imã, Abbas Shouman, pelo conselheiro para o diálogo, Mahmoud Azab, e por uma qualificada representação, constituída por uma dezena de altas personalidades.

Padre Ayuso foi portador de uma mensagem escrita, assinada pelo presidente do Pontifício Conselho para o Diálogo Inter-religioso, Cardeal Jean-Louis Tauran.
Neste encontro, de 45 minutos, muito cordial e frutuoso, afirmou-se a disponibilidade a retomar no futuro o diálogo e a colaboração

terça-feira, 3 de dezembro de 2013

descobertas arquelogicas sobre buda no nepal

Buda ficou mais velho

Descoberta arqueológica na cidade onde nasceu Buda, no Nepal, antecipa em 300 anos a data de seu nascimento e pode mudar a história do budismo

João Loes
Quem visitou o templo de Maya Devi, na cidade de Lumbini, no Nepal, entre os meses de janeiro e fevereiro nos últimos três anos viu mais do que se costuma ver neste que é um dos destinos mais visitados por fiéis do budismo no mundo. Nesse período, em meio ao sítio arqueológico, que é a principal atração do templo e guarda registros dos primórdios da religião, um time de 40 arqueólogos trabalhou para descobrir o que o espaço ainda tinha a revelar. As esperanças eram grandes. Segundo a tradição, foi em Maya Devi, reconhecido em 1997 como patrimônio mundial pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que Sidarta Gautama, o Buda, nasceu. “O que acabamos encontrando foi o templo budista mais antigo de que se tem notícia”, anunciou o arqueólogo inglês Robin Coningham, da Universidade de Durham, que liderou os trabalhos com apoio da National Geographic Society, dos governos japonês e nepalês e da própria Unesco. “Segundo cálculos feitos na madeira de sua estrutura, ele data do século 6 a.C.” Os resultados foram publicados no jornal acadêmico de arqueologia “Antiquity”, um dos mais respeitados do mundo.
BUDA-01-IE-2298.jpg
Até o achado da equipe de Coning-ham, supunha-se, com base em levantamentos arqueológicos e textos e relatos que sobreviveram ao tempo, que Gautama tivesse nascido entre os séculos 3 e 4 a.C. Agora, a data precisa retroagir em até 300 anos. “A descoberta provoca um recomeço de tudo o que sabemos sobre o início da religião budista”, aposta o arqueólogo, que fez as datações do material encontrado com técnicas consagradas como a fosforescência e o decaimento de carbono. Nem todos, porém, concordam com essa conclusão de Coning-ham. Para Frank Usarski, coordenador da pós-graduação em ciências da religião da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), embora Buda seja mais velho do que se pensava, Lumbini pouco mudou entre os séculos 3 a.C. e 6 a.C, ou seja, o contexto histórico era semelhante. “A região passava por uma profunda, mas perene mudança socioeconômica que se manifesta com força semelhante tanto na data antiga quanto na nova”, argumenta ele, que também é autor do livro “O budismo e as outras” (Ed. Ideias & Letras, 2009).
BUDA-02-IE-2298.jpg
PEREGRINAÇÃO
Monges no sítio arqueológico onde foram encontrados
restos do templo mais antigo do mundo
Usarski defende que o maior impacto da descoberta, se ela for confirmada pela comunidade científica, é na credibilidade dos primeiros escritos da religião, que datam do século 1 a.C. Em registros antigos, a distância temporal entre a produção de um documento e os fatos que ele narra costuma servir de termômetro para sua credibilidade: quanto mais próximo, mais fiel; quanto mais distante, menos fiel. A lógica é que, até a produção do documento, a história é repassada oralmente e está sujeita à subjetividade de quem faz a narração. “Se o Buda nasceu 300 anos antes do que se imaginava, os relatos escritos de sua história passam a estar 300 anos mais distantes dos fatos que eles narram”, afirma Usarski.
BUDA-03-IE-2298.jpg
TENAZ
Robin Coningham liderou equipe de 40 arqueólogos durante os
rigorosos invernos do Nepal para fazer a descoberta
Ainda não é possível mensurar como a descoberta do mais antigo templo budista do mundo pode afetar o entendimento que se tem da religião atualmente. “Se é que o templo é budista”, diz Rodrigo Pereira da Silva, especialista em arqueologia pela Universidade Hebraica de Jerusalém e professor do Centro Universitário Adventista de São Paulo (Unasp). A afirmação de Silva faz eco às dúvidas que outros especialistas pelo mundo têm externado sobre a descoberta. Sabe-se, por exemplo, que na região de Lumbini templos nos moldes do que foi encontrado eram muito comuns e não necessariamente budistas. “Algum tipo de identificação se faz necessária para chegar a esse tipo de conclusão”, diz Silva. A única certeza é que o trabalho de Coningham em Lumbini, tido como rigoroso por seus colegas de arqueologia, é mais uma peça nesse gigante quebra-cabeça.

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Extremistas islâmicos da Nigéria sequestram jovens cristãs e as transformam em escravas sexuais(uma atitude anti-islámica)

Toda religião é boa nos ensinamentos de  suas escrituras , porem sempre tem os apostátas (extraviados) e impios (abominaveis) que fazem coisas horrorizantes em nome de DEUS e da RELIGIÃO.

 Isto que estou apresentando é contrario aos ensinamentos do ISLAM contidos no SAGRADO ALCORÃO

 MARIO ALBERTO BENEDETTO LYNCH

 

 

 

Extremistas islâmicos da Nigéria sequestram jovens cristãs e as transformam em escravas sexuais

 

Extremistas islâmicos da Nigéria sequestram jovens cristãs e as transformam em escravas sexuais O grupo extremista islâmico Boko Haram está sequestrando mulheres cristãs e as transformando em escravas sexuais e empregadas domésticas de seus jihadistas. A afirmação vem de um relato publicado pela agência Reuters sobre Hajja, de 19 anos, que foi sequestrada pelo grupo em julho.
Segundo a Reuters, a jovem foi apreendida pelo grupo enquanto pegava milho perto de sua aldeia nas montanhas Gwoza, uma parte remota do nordeste da Nigéria, e sob ameaça de morte foi forçada a se converter ao Islã e casada com um dos lutadores do Boko Haram. A tática usada pelo grupo tem sido comparada às práticas do Exército de Resistência do Senhor, de Joseph Kony, nas selvas de Uganda.
A jovem relata que durante os meses que passou como escrava em uma caverna nas montanhas Mandara, ao longo da fronteira Camarões ao redor da cidade de Gwoza, era obrigada a limpar e cozinhar para os guerrilheiros. Ela conta também que, antes de escapar, assistiu seus captores cortar as gargantas dos prisioneiros e chegou a ser usada como “isca” em armadilhas para capturar os inimigos do grupo extremista.
Denominado por alguns órgãos da imprensa internacional como o “Taliban nigeriano”, o Boko Haram vê todos os não muçulmanos como infiéis que deve se converter ou serem mortos. O grupo já matou milhares durante uma insurgência de quatro anos contra o Estado nigeriano, visando a polícia e as forças armadas, bem como políticos e, em seguida, se voltaram contra os cristãos no norte predominantemente muçulmano de o país.

quinta-feira, 21 de novembro de 2013

krishna,christos,cristo

Em 1974, próximo ao centro da ISKCON em Francoforte do Meno, Ale­manha Ocidental, Srila Prabhupada e vários de seus discípulos fizeram uma caminhada matinal com o padre Emmanuel Jungclaussen, um monge beneditino do mosteiro Niederalteich. Notando que Srila Prabhupada trazia consigo contas de meditação semelhantes ao rosário, padre Emmanuel explicou que ele também cantava uma oração constante: “Senhor Jesus Cristo, tende misericórdia de nós”. A seguinte conversa sucedeu-se.

Leia aqui.

www.voltaaosupremo.com

sábado, 2 de novembro de 2013

O TERMO HINDU

Afinal, É Válido o Termo “Hindu”?

1 I (artigo - ci+¬ncia) Afinal, +ë V+ílido o Termo ÔÇ£HinduÔÇØ (2000)1


Sri Nandanandana

Uma investigação das diferentes teorias para a origem do termo “hindu” e de sua validade para designar a cultura védica.

É importante esclarecermos o uso das palavras “hindu” e “hinduísmo”. O fato é que o verdadeiro “hinduísmo” se baseia no conhecimento védico, que é relacionado à nossa identidade espiritual. Muitas pessoas aceitam sim o termo como o mesmo que sanatana-dharma, que é um termo sânscrito mais preciso para o caminho védico. Nossa genuína identidade espiritual está além de quaisquer nomes temporários, como cristianismo, islamismo, budismo ou mesmo hinduísmo. Afinal, Deus jamais Se descreve como pertencente a quaisquer de tais categorias, dizendo-Se apenas um Deus cristão ou um Deus muçulmano ou um Deus hindu. Por isso alguns dos maiores mestres espirituais da Índia evitam se identificar apenas como hindus. O caminho védico é eterno, logo além de todas essas designações temporárias. Estou, então, chamando o nome “hindu” de uma designação temporária?
Temos que nos lembrar de que o termo “hindu” sequer é sânscrito. Numerosos estudiosos dizem que o mesmo não se encontra em parte alguma da literatura védica. Então, como esse nome pode realmente representar a cultura ou o caminho védico? E sem a literatura védica, não há base para “hinduísmo”.
A maioria dos estudiosos considera que o nome “hindu” foi desenvolvido por estrangeiros invasores que não conseguiam pronunciar o nome do rio Sindhu apropriadamente. Algumas fontes defendem que foi Alexandre, o Grande, quem pela primeira vez renomeou o rio Sindhu para Indu, omitindo o “s” inicial e assim tornando mais fácil a pronúncia para os gregos. O rio ficou conhecido, então, como Indus. Isso se deu quando Alexandre invadiu a Índia por volta de 325 a.C. Suas forças macedônias, então, passaram a chamar a terra a leste do Indus de Índia, um nome usado especialmente durante o regime britânico.
1 I (artigo - ci+¬ncia) Afinal, +ë V+ílido o Termo ÔÇ£HinduÔÇØ (2000)2
Rio Sindhu.
Posteriormente, quando os invasores muçulmanos chegaram de localidades como o Afeganistão e a Pérsia, chamaram o rio Sindhu de rio Hindu. Consequentemente, o nome “hindu” foi usado para descrever os habitantes das terras nas províncias do noroeste da Índia, onde se localiza o rio Sindhu, e a região em si foi chamada de “Hindustão”. Porque o som sânscrito de “s” se torna “h” na língua parse, os muçulmanos pronunciavam sindhu como hindu, muito embora as pessoas da área pessoalmente não usassem o nome “hindu”. A palavra foi usada pelos estrangeiros muçulmanos para identificar as pessoas e a religião daqueles que viviam naquela área. Com o tempo, mesmo os indianos conformaram-se com o termo utilizado por aqueles no poder e adotaram os nomes hindu e Hindustão. De outro modo, a palavra não tem significado exceto por aqueles que lhe dão valor ou a usam por conveniência.
Outra visão do termo “hindu” demonstra a desorientação que causa no entendimento da verdadeira essência dos caminhos espirituais da Índia. Como escrito por R. N. Suryanarayan em seu livroUniversal Religion (p.1-2, publicado em Mysore em 1952): “A situação política do nosso país há séculos, digamos entre vinte e vinte e cinco séculos, torna muito difícil compreender a natureza desta nação e de sua religião. Os estudiosos ocidentais, e historiadores também, fracassaram no que diz respeito a traçar o verdadeiro nome desta terra Brahman, um país de dimensões continentais, e, portanto, contentaram-se em tratá-la pelo termo ‘hindu’, apesar de ser um termo sem sentido. Essa palavra, que é uma inovação estrangeira, não é utilizada por nenhum de nossos escritores sânscritos ou reverenciados acharyas em suas obras. Parece que o poder político foi o responsável por insistir na continuação do uso da palavra ‘hindu’. A palavra ‘hindu’ se encontra, é claro, na literatura persa.Hindu-e-falak significa ‘o negro do céu’ e ‘Saturno’. Na língua arábica, hind, não hindu, significa ‘nação’. É vergonhoso e ridículo ler o tempo todo na história que o nome ‘hindu’ foi dado pelos persas ao povo de nosso país quando aportaram no solo sagrado de Sindhu”.
Outra visão da fonte do nome “hindu” se baseia em um sentido depreciador. É dito ser “certo que o nome ‘hindu’ foi dado à raça ariana original da região por parte dos invasores muçulmanos a fim de humilhá-los. Na língua persa, a palavra significa ‘escravo’, e, de acordo com o islã, todos aqueles que não aderem ao islã são chamados de ‘escravos’”. (Maharishi Shri Dayanand Saraswati Aur Unka Kaam, editado por Lala Lajpat Rai, publicado em Lahore, 1898, em Introdução)
Um dicionário persa intitulado Lughet-e-Kishwari, publicado em Lucknow em 1964, fornece o significado da palavra “hindu” como “chore [ladrão], dakoo [saqueador], raahzan [assaltante] eghulam [escravo]”. Em outro dicionário, o Urdu-Feroze-ul-Laghat (Parte Um, p. 615), o significado persa da palavra hindu é descrito ainda como barda (criado obediente), sia faam (cor negra) ekaalaa (preto). Assim, tudo isso são expressões denigritórias ao povo indiano na visão dos persas.
Basicamente, então, “hindu” é a mera continuação do termo muçulmano que se tornou popular apenas dentro dos últimos 1300 anos. Desta forma, podemos entender que não é um termo sânscrito válido, tampouco tem algo a ver com a verdadeira cultura védica ou o caminho espiritual védico. Nunca existiu uma religião que se chamasse hinduísmo até o povo indiano em geral colocar valor nesse nome e aceitar o seu uso. É surpreendente, então, que alguns acharyas indianos e organizações védicas não se interessem por usar o termo?
A grande confusão começou quando o nome “hinduísmo” passou a ser usado para indicar a religião do povo indiano. As palavras “hindu” e “hinduísmo” foram usadas frequentemente pelos britânicos com o intuito de grifar as diferenças religiosas entre os muçulmanos e as pessoas que se tornaram conhecidas como hindus. Isso foi feito com a intenção bem-sucedida de criar atrito entre os habitantes da Índia de acordo com a política britânica de “dividir e reinar” para tornar mais fácil seu contínuo domínio sobre o país.
Todavia, devemos mencionar que outros que tentam justificar a palavra “hindu” apresentam a ideia de que os rishis de tempos remotos, muitos milhares de anos atrás, também chamavam a Índia central de Hindustão, e o povo que vivia ali, de hindus. O seguinte verso, supostamente pertencente ao Vishnu PuranaPadma Purana e à Bruhaspati Samhita, é apresentado como prova, mas ainda não estou certo em relação a onde exatamente o verso pode ser encontrado:
aasindo sindhu aryantham yasyabharatha bhumikahmathrubhuh pithrubhuchaiva sah vai hindurithismrithaah
Outro verso diz: sapta sindhu muthal sindhu maha samudhram vareyulla bharatha bhumi aarkkellamaano mathru bhumiyum pithru bhumiyumayittullathu, avaraanu hindukkalaayi ariyappedunnathu. Ambos os versos mais ou menos indicam que quem quer que considere a terra de Bharatha Bhumi, entre o Sapta Sindu e o Oceano Índico, como sua terra natal é conhecido como “hindu”. Porém, aqui também temos a menção do verdadeiro e antigo nome da Índia, que é Bharata Bhumi. “Bhumi” significa Mãe Terra, mas Bharata é a terra de Bharata, ou Bharata-varsha, que é o território indiano. Em numerosas referências védicas nos Puranas, no Mahabharata e outros textos védicos, a região da Índia é referida como Bharata-varsha, ou a terra de Bharata, e não Hindustão. O nome Bharata-varsha certamente ajuda na apresentação das raízes e do passado glorioso do país e de seu povo, especialmente em relação à sua cultura védica.
Outras duas referências comumente utilizadas são as seguintes:
himalayam samaarafya yaavat hindu sarovaramtham devanirmmitham desham hindustanam prachakshathe
himalyam muthal indian maha samudhram vareyulladevanirmmithamaya deshaththe hindustanam ennu parayunnu
Estas também indicam que a região entre os Himalayas e o Oceano Índico se chama Hindustão. Assim, a conclusão é que todas as pessoas da Índia são hindus independente de sua casta ou religião. É claro que nem todos concordarão com isso.
Outros dizem que, no Rig Veda, Bharata é referido como o país de “Sapta Sindhu”, isto é, o país de sete grandes rios. Isso é naturalmente aceitável. Contudo, exatamente de qual livro e de qual capítulo esse verso vem é algo que precisa ser esclarecido. Não obstante, alguns dizem que a palavra sindhu se refere a rios ou mares, e não meramente ao rio específico chamado Sindhu. Além disso, é dito que, no sânscrito védico, de acordo com dicionários antigos, sa era pronunciado comoha. Assim, pronunciava-se “Sapta Sindhu” como “Hapta Hindu”. Supõe-se, então, que foi assim o surgimento da palavra “hindu”. Também se diz que os antigos persas se referiam a Bharata como “Hapta Hind”, como registra o clássico Bem Riyadh. Essa é outra razão para alguns estudiosos acreditarem que a palavra “hindu” tem sua origem na Pérsia.
Outra teoria é que o nome “hindu” sequer vem do nome Sindhu. A. Krishna Kumar explica: “Essa visão [de Sindhu/Hindu] é insustentável uma vez que os indianos naquele tempo tinham a mais elevada e invejável posição no mundo em termos de civilização e riquezas, e não é possível que não tivessem um nome. Eles não eram aborígenes desconhecidos aguardando para serem descobertos, identificados e cristianizados por estrangeiros”. Ele cita um argumento do livro Self-Government in India, por N. B. Pavgee, publicado em 1912. O autor cita um idoso swami e sanscritista de nome Mangal Nathji, que encontrou um antigo Purana conhecido como Brihannaradi na vila Sham, Hoshiarpur, Punjab. O mesmo continha este verso:
himalayam samarabhya yavat bindusarovaramhindusthanamiti qyatam hi antaraksharayogatah
Mais uma vez, a localização exata desse verso no Purana não é informada, mas Kumar o traduz assim: “A terra compreendida entre as montanhas Himalayas e o Bindu Sarovara (Cabo Camorim) é conhecida como Hindusthan pela combinação da primeira sílaba ‘hi’, de ‘Himalaya’, e a última sílaba ‘ndu’, de ‘bindu’”.
Acredita-se, é claro, que isso deu origem ao nome “hindu”, atribuindo uma origem indígena ao nome. A conclusão é que as pessoas vivendo nessa área são conhecidas, portanto, como “hindus”.
De qualquer modo que essas teorias possam apresentar suas informações e de qualquer modo que possamos refletir sobre elas, o nome “hindu” tem origem simplesmente como uma designação corpórea e regional. O nome “hindu” se refere a uma localização e a seus habitantes, e originalmente não tinha nenhuma ligação com a filosofia, a religião ou a cultura das pessoas, que certamente podiam mudar de uma para outra. É certamente correto dizer que todos da Índia são indianos, mas e quanto à sua religião e ao seu pensamento? Estes são conhecidos por numerosos nomes segundo as várias aparências e crenças. Assim, eles não são todos hindus, e muitos que não seguem o sistema védico já objetam serem chamados por esse nome. “Hindu”, portanto, não é o nome mais apropriado para um caminho espiritual, senão que o termo sânscrito sanatana-dharma é muito mais apropriado. A cultura dos indianos antigos e sua história é a cultura védica, ou o dharma védico. É mais acertado, portanto, usar um nome baseado nessa cultura para aqueles que a seguem do que um nome que apenas diz respeito à localização de um povo.
Por conseguinte, o caminho espiritual védico é mais adequadamente tratado por sanatana-dharma, que significa “a ocupação imutável e eterna da alma em seu relacionamento com o Ser Supremo”. Odharma do açúcar, por exemplo, é ser doce, e isso não muda. E se não é doce, não é açúcar. Ou odharma do fogo é fornecer calor e luz. Se não faz isso, não é fogo. Da mesma forma, existe umdharma, ou natureza, próprio da alma, que é sanatana, eterno. Tal dharma é imutável. Há, portanto, o estado de dharma e o caminho do dharma. Seguir os princípios do sanatana-dharma pode nos levar ao estado puro de reavermos nossa esquecida identidade espiritual e nosso relacionamento com Deus. Essa é a meta do conhecimento védico. Assim, o conhecimento dos Vedas e de toda a literatura védica, tal como a mensagem do Senhor Krishna no Bhagavad-gita, bem como os ensinamentos das Upanishads e dos Puranas, não se limitam apenas a hindus, que são restritos a determinada regiões do planeta ou famílias. Esse conhecimento, na verdade, destina-se ao mundo inteiro. Como todos são seres espirituais e têm a mesma essência espiritual, como descrevem os princípios do sanatana-dharma, todos têm o direito e o privilégio de entender esse conhecimento.
.
Se gostou deste material, também gostará destes: Yoga nos Dias de HojeOs Avataras do Senhor Krishna.

terça-feira, 22 de outubro de 2013

FE BAHAI

A Fé Bahá'í


Bahá'ís de várias partes do mundo.

A Fé Bahá'í é a mais jovem das religiõs mundiais independentes. O seu fundador, Bahá'u'lláh (1817-1892), é considerado pelos bahá'ís como o mais recente na linha dos Mensageiros de Deus, que remonta aos primórdios da história e da qual fazem parte Abraão, Moisés, Buda, Zoroastro, Cristo e Maomé.
O tema central da mensagem de Bahá'u'lláh é o conceito de que a humanidade representa uma única raça e que é chegado o dia de sua unificação em uma única sociedade global. Deus, declarou Bahá'u'lláh, pôs em marcha forças históricas que estão rompendo as barreiras tradicionais de raça, classe, credo e nação e que irão, no devido tempo, dar à luz uma civilazação universal. O principal desafio que se coloca aos povos do mundo é aceitar a realidade da unidade do gênero humano e auxiliar os processos de sua unificação.
Um dos propósitos da Fé Bahá'í é contribuir para que isto se torne realidade. Uma comunidade mundial formada por cerca de 5 milhões de bahá'ís, representando a maioria das nações, raças e culturas da Terra, está trabalhando para conferir aos ensinamentos de Bahá'u'lláh um resultado prático. A experiência desta comunidade é uma fonte de encorajamento para todos aqueles que compartilham de sua visão, segundo a qual a humanidade é uma única família global e o planeta, a sua terra natal. 
Ensinamentos Básicos de Bahá'u'lláh

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

OS AVATARES DE KRISHNA II PARTE


Os Avataras do Senhor Krishna

TA0720

Sri Nandanandana

Os avataras do Senhor são tão incontáveis quanto as ondas do oceano. Conheça neste artigo alguns dos principais avataras e suas categorias.

O Ser Supremo faz Seu advento em várias formas e encarnações. Na verdade, “encarnação” não é a palavra apropriada, uma vez que significa “aparecer na carne”. O Senhor faz Seu advento em Sua própria forma, e não nos elementos ou na carne deste mundo. O nome apropriado para essa descida do Senhor é avatara, embora muitas vezes se use a palavra “encarnação” para dizer o mesmo. Cada vinda, ou avatara do Senhor, tem uma missão específica, mas, primariamente, ajudam a manter o mundo, guiar os seres vivos na vida e atraí-los de volta ao domínio espiritual.

O momento e a razão para essas encarnações é que, sempre e onde quer que haja um declínio da religião e uma ascensão de irreligião, o Senhor Krishna Se manifesta. Deste modo, a fim de proteger os sadhus (os piedosos), destruir os invejosos e reestabelecer os princípios da religião, Ele faz Seu advento milênio após milênio.1

O Senhor Krishna aparece em cada universo. Quando Suas atividades são encerradas em um universo, Ele começa Seus passatempos em outro. Assim, Seus passatempos eternos prosseguem dessa maneira enquanto a manifestação material continue. Ademais, Seus devotos eternamente libertos também O seguem de um universo a outro a fim de acompanharem-nO em Seus venturosos passatempos.2

Também se juntam ao Supremo aqueles devotos que estão quase perfeitos em sua consciência espiritual. Por se juntarem aos passatempos do Senhor em outro universo e por sua associação direta com o Senhor e Seus devotos puros, podem completar as qualificações necessárias para entrarem diretamente na atmosfera espiritual. É assim como o Ser Supremo exibe os passatempos eternos do domínio espiritual dentro da criação material e atrai as almas materialmente condicionadas.

As Principais Encarnações do Ser Supremo


Há vinte e dois principais lila-avataras do Ser Supremo, que aparecem ao longo das eras. Todos eles têm formas ou aspectos corpóreos específicos, assim como propósitos particulares. São listados em vários textos védicos, especialmente nos Puranas, e seus muitos passatempos são ali explicados em detalhes.

4ku

A primeira dessas encarnações são os quatro filhos de Brahma, os Kumaras. Eles fizeram o voto de celibato e se submeteram a severas austeridades para conhecerem a Verdade Absoluta. São considerados almas jivas dotadas de poder, ou shaktyavesha-avataras, cuja missão foi ensinar o processo do desenvolvimento espiritual.3 O conhecimento da verdade espiritual havia desaparecido na devastação universal anterior, e eles ajudaram no seu restabelecimento.4

Descrição: http://3.bp.blogspot.com/-YgpAy-e_kGc/UA_NBgbQMcI/AAAAAAAAAIQ/Uj7Y2wToVss/s1600/3.+Varaha.jpg

O Senhor Varaha foi o segundo avatara, o qual teve a forma de um gigantesco javali. Ele ergueu o planeta Terra para fora das águas imundas das regiões inferiores do universo, uma atividade apropriada para um javali. Fez isso a fim de neutralizar as atividades nefastas dos demônios que haviam deixado o planeta Terra em risco.5


A terceira encarnação foi um sábio entre os semideuses, Devarshi Narada Muni, outra personalidade investida de poder. Ele reuniu exposições dos Vedas que lidavam com o processo do serviço devocional ao Senhor Krishna e compôs o grande clássico Narada-pancharatra. Também viajou pelo universo cantando as glórias do Senhor e dando instruções pertinentes a bhakti-yoga e a como obter verdadeira felicidade. Assim, possui muitos discípulos por toda a criação.6 Narada Muni certa vez aprendeu a ciência do serviço devocional ao Senhor durante a encarnação Hamsavatara do Senhor, a forma do Supremo similar a um cisne, que ficara muito satisfeita com Narada.7

novonovo

Na quarta encarnação, o Senhor se tornou os filhos gêmeos conhecidos como Nara e Narayana. Eles nasceram de Murti, a esposa do rei Dharma. Eles se submeteram a severas austeridades na área de Badarikashrama (Badrinatha) nos Himalayas de sorte a demonstrarem o processo de controle dos sentidos para o progresso espiritual.8 As beldades celestiais certa feita foram com as companheiras de Cupido até Narayana a fim de divergirem-nO de Seus votos, mas fracassaram e viram muitas outras belas mulheres como elas emanando do Ser Supremo. Tudo parte do Supremo, que permanece desapegado de todas as Suas manifestações.9

kapila

A quinta encarnação foi o Senhor Kapila, o mais destacado entre os seres perfeitos. Ele foi o primeiro a explicar o sistema de filosofia sankhya e o caminho de compreensão da Verdade pela análise dos elementos materiais.10 Foi o filho do sábio Kardama Muni e de sua esposa Devahuti. Também apresentou grandes ensinamentos à sua mãe sobre a ciência do serviço devocional ao Senhor Supremo, por meio do que ela se livrou de todas as tendências materiais e logrou a libertação.11 Essa doutrina é apresentada em detalhes no Srimad-Bhagavatam.

A sexta encarnação apareceu como Dattatreya, o filho do sábio Atri e de sua esposa Anasuya, ambos os quais haviam orado pedindo que uma encarnação fosse filho deles. Falou acerca do tópico da transcendência a Alarka, Prahlada, Yadu, Haihaya e outros.12

A sétima encarnação foi Yajna, o filho de Ruci e de sua esposa Akuti. Durante o tempo de Svayambhuva Manu, não havia nenhuma entidade viva qualificada para o posto de Indra, o rei do paraíso, Indraloka. Yajna, então, assumiu o posto de Indra e foi auxiliado por Seus filhos, como Yama, o senhor da morte, e outros semideuses, na administração dos assuntos do universo.13

1

O rei Rishabha foi a oitava encarnação, que apareceu como o filho do rei Nabhi e sua esposa Merudevi. Mais uma vez, demonstrou o caminho da perfeição espiritual pela prática de yoga e instruindo Seus filhos no processo de tapasya, austeridades para o desenvolvimento espiritual. Esse caminho santifica a existência de quem o segue e conduz à felicidade espiritual perpétua. Esse caminho é seguido por aqueles que controlaram completamente seus sentidos e são honrados por todas as ordens de vida.14

hayagriva

O Senhor também apareceu como Hayagriva, “aquele de cabeça de cavalo”. Foi uma encarnação de cor dourada que surgiu durante um sacrifício realizado por Brahma. Quando Ele exalou, todos os doces sons dos Vedas partiram de Suas narinas.15

prithu

A nona encarnação foi Prithu, que aceitou o corpo de um rei. Os sacerdotes brahmanas oraram por Sua vinda a fim de que neutralizasse os problemas que haviam sido causados pelas atividades ímpias do rei anterior, de nome Vena. Prithu fez vários arranjos para cultivar a terra e produzir grande variedade de produtos.16 Embora o rei Vena houvesse sido condenado ao inferno pelas reações de seus erros e pela maldição dos brahmanas, Prithu o salvou.17

Depois do tempo de Chakshusha Manu, houve completa inundação em todo o mundo. Manu foi alertado sobre essa enchente e construiu um barco no qual ele e sua família sobreviveram. O Senhor aceitou a forma de um imenso peixe para proteger Vaivashvata Manu e guiar o barco em segurança até um imenso pico de uma montanha. Esse foi o avatara Matsya. Depois do período de cada Manu, há uma devastação de água no planeta. O Senhor, então, aparece regularmente a fim de mostrar favor especial a Seus devotos e protegê-los da devastação, assim como para permitir um novo começo para a sociedade. Ele, destarte, protege da destruição todas as entidades vivas bem como os Vedas.18 Depois da última inundação, Manu e sua família e as criaturas vivas sobreviventes repovoaram a Terra. O povo local de Uttarakhand, no norte da Índia, identifica Nanda Devi como o pico da história da enchente.

turtle

A décima primeira encarnação do Supremo foi na forma de uma imensa tartaruga, Kurma, cuja principal missão foi fazer o papel de um pivô para a colina Mandara, que foi usada como braço de pilão pelos demônios e semideuses. O evento foi que os demônios e semideuses queriam produzir néctar a partir do oceano através dessa batedura, pois o néctar os tornaria imortais. Cada um dos lados queria ser o primeiro a obter a bebida, e as costas do Senhor Kurma foi o local de assento da colina.19 Conforme a montanha se movia de um lado a outro sobre as costas de Kurma enquanto Ele estava parcialmente dormindo, Ele experimentou uma sensação de coceira.20

dhanvantari

Na décima segunda encarnação, o Senhor apareceu como Dhanvantari, que produziu o néctar que surgiu da batedura. Ele é considerado o senhor da boa saúde. É Ele quem inaugurou a ciência médica no universo.21 O Senhor aceitou a décima terceira encarnação tornando-Se Mohini, a mais bela das mulheres, que enganou os demônios de modo a que o cântaro com o néctar fosse dado aos semideuses. Assim, o Senhor impediu o caos que decorreria caso os demônios bebessem o néctar e se tornassem imortais.22

leon

Na décima quarta encarnação, o Senhor apareceu como Narasimhadeva, a forma meio homem meio leão que exibiu a ira e o poder do Ser Supremo quando um de Seus devotos foi colocado em perigo. O Senhor colocou o demônio Hiranyakashipu sobre Seu colo e, com Suas longas unhas, rasgou o corpo do ateísta que havia ameaçado a vida de seu filho, Prahlada, um leal devoto do Senhor.23 Esta é uma das histórias mais populares entre as histórias descritas nos Puranas.

vamana

Na décima quinta encarnação, o Senhor, como Vamana, assumiu a forma de um brahmana anão. Ele apareceu como o caçula de Sua mãe, Aditi. Ele visitou a arena sacrificial de Bali Maharaja fingindo pretender pedir por meros três passos de terra. Bali, uma vez solicitado, rapidamente concordou em dar a Terra, pensando que aquele anão não poderia receber muitas terras com Suas passadas. Contudo, quando Vamana deu dois passos, Seu corpo se tornou tão imenso que cobriu todo o universo. Não havia mais lugar para dar Seu terceiro passo, motivo pelo qual Bali, compreendo que estava diante do Ser Supremo, ofereceu sua cabeça para o último passo. Assim, Vamana fez Bali humilde, em consequência do que Bali se qualificou para ter seu próprio planeta.24

para

Na décima sexta encarnação, o Senhor aceitou a poderosa forma de Parashurama e aniquilou a viciosa classe de reis guerreiros vinte e uma vezes a fim de livrar a Terra do fardo de tais regentes nefastos. Deste modo, pôde estabelecer uma administração nobre.25

vyasa

A décima sétima encarnação foi Srila Vyasadeva, que apareceu como o filho de Parashara Muni e sua esposa Satyavati. Sua missão foi dividir o Veda único em vários ramos e sub-ramos a fim de que as pessoas que são menos inteligentes possam compreendê-los facilmente.26 Ele, então, compôs os textos védicos mais importantes, culminando em seu próprio comentário à literatura védica na forma do Srimad-Bhagavatam. Desta maneira, o Veda único se tornou as quatro principais samhitas, a saber, os Vedas Rig, Yajur, Sama e Atharva. Vieram, então, os textos Brahmanas, os Vedanta-sutras, o Mahabharata e, então, os Puranas, dos quais Vyasadeva considerou o Bhagavata Purana (Srimad-Bhagavatam) o mais importante e completo.

ram

Na décima oitava encarnação, o Senhor apareceu como o rei Rama. A fim de agradar os semideuses e a humanidade, exibiu Seus poderes sobre-humanos como o rei ideal e matou o rei demônio Ravana.27 Esta é uma das narrativas mais populares em toda a Índia, a qual está registrada no grande épico védico conhecido como Ramayana. O Senhor Rama apareceu na família de Maharaja Ikshvaku como o filho de Maharaja Dasharatha, junto de Sita, Sua potência interna e esposa. Sob a ordem de Dasharatha, o Senhor Rama foi para a floresta para viver com Sita e Seu irmão Lakshmana. Enquanto na floresta, Sita foi raptada pelo demônio Ravana, o que abriu caminho para que o Ramayana fosse contado. Aflito, Rama saiu em busca de Sita. Com olhos vermelhos de ira, Ele procurou por Sita por toda a Índia com Seu olhar, e olhou também para a cidade de Ravana, que, à época, localizava-se no atual Sri Lanka. Todos os seres aquáticos no oceano começaram a ser queimados pelo calor de Seus olhos irados, motivo pelo qual o oceano abriu-Lhe caminho. Durante o curso da batalha, o orgulhoso Ravana foi morto pela flecha disparada pelo Senhor Rama, que, então, uniu-Se novamente a Sita.28

balarama

Nas encarnações décima nona e vigésima, o Senhor veio pessoalmente como o Senhor Krishna e Seu irmão, o Senhor Balarama, na dinastia Yadu, próximo ao fim de Dvapara-yuga. Ele exibiu maravilhosos passatempos para atrair as pessoas e, mais uma vez, aliviou o fardo do mundo livrando-o de numerosos demônios e ateístas.29 O Senhor Krishna é diretamente a Personalidade de Deus original, e Balarama é a primeira expansão plenária do Senhor. De Balarama, vêm todas as outras expansões do Divino.

buddha

A próxima encarnação do Senhor apareceu no começo de Kali-yuga como o Senhor Buddha, o filho de Anjana, com o propósito de iludir os invejosos que haviam utilizado mal o caminho védico e para pregar um sistema simples de não-violência.30 À época, as pessoas em geral estavam se desviando da execução apropriada do sistema védico e, utilizando erroneamente a recomendação védica de sacrifícios, começaram a oferecer e comer animais. Buddha condenou todas essas atividades e ensinou as pessoas a simplesmente segui-lO. Ele, deste modo, enganou as pessoas sem fé, que, por fim, tiveram fé no Senhor Buddha.

kalki

A vigésima segunda e última encarnação do Supremo aparecerá no fim de Kali-yuga, na conjunção do próximo yuga. Ele nascerá como a encarnação Kalki, o filho de Yasha, quando os regentes da Terra terão se degenerado à condição de ladrões e saqueadores comuns.31 Nesse período, não haverá tópicos sobre Deus, nem algum tipo de conhecimento de religião. Então, porque as pessoas serão excessivamente incapazes mentalmente para compreender a filosofia, Ele, em vez de tentar ensinar ou mostrar o caminho de progresso, simplesmente matará os ladrões tolos que estarão vagando pela Terra. Isso acontecerá daqui a cerca de 427.000 anos. [Detalhes sobre o Senhor Kalki e Suas atividades são fornecidos em um de meus primeiros livros, The Vedic Prophecies: A New Look into the Future.]

Como resume o Srimad-Bhagavatam (1.3.28), todas essas encarnações são ou porções plenárias ou porções das porções plenárias do Senhor. Contudo, como explicado, krishnas tu bhagavan svayam, o Senhor Sri Krishna é a Suprema Personalidade de Deus original, a fonte de todas as outras expansões ou avataras.

Embora homens instruídos discutam o nascimento e as atividades do Supremo não nascido, o Senhor do coração, os tolos que têm um pobre fundo de conhecimento não podem entender a natureza transcendental das formas, nomes e atividades do Ser Supremo, que interpreta como um ator em uma peça teatral.32 Somente aqueles que prestam serviço favorável ao Senhor Krishna podem conhecer o criador do universo em Sua completa glória, poder e transcendência.33

As Encarnações Manu


Os Manus são as quatorze encarnações que aparecem por certa duração ao longo de um dia de Brahma. O dia de Brahma é calculado como 4.300.000 anos (o tempo de um ciclo dos quatro yugas) vezes 1.000. Dentro de um dia de Brahma, há quatorze Manus. A lista dos quatorze Manus neste universo é a seguinte: Yajna é Svayambhuva Manu, Vibhu é Svarocisha Manu, Satyasena é Uttama Manu, Hari é Tamasa Manu, Vaikuntha é Raivata Manu, Ajita é Chakshusha Manu, Vamana é Vaivasvata Manu (o Manu da era atual), Sarvabhauma é Savarni Manu, Rishabha é Daksha-savarni Manu, Vishvaksena é Brahma-savarni Manu, Dharmasetu é Dharma-savarni Manu, Sudhama é Rudra-savarni Manu, Yogesvara é Deva-savarni Manu, e Brihadbhanu é Indra-savarni Manu. Esses quatorze Manus abrangem os 4.320.000.000 de anos solares de um dia de Brahma.34

Os Yugavataras


Os yugavataras são divididos pelos milênios em que aparecem. Aparecem em uma cor em particular de acordo com o yuga. Em Satya-yuga, a cor é branca; em Treta-yuga, a cor é vermelha; em Dvapara-yuga, é negra, e, em Kali-yuga, a cor é amarela, ou dourada. Por exemplo, o Senhor Krishna, em Dvapara-yuga, tinha a cor negra, ao passo que o Senhor Chaitanya, em Kali-yuga, era de tez dourada.35


Em Satya-yuga, as pessoas eram em geral bastante avançadas em conhecimento espiritual e podiam meditar em Krishna com muita facilidade. Durante o tempo da encarnação branca, o Senhor ensinou religião e meditação, através do que mostrou Sua misericórdia para com as pessoas desta era. Na encarnação avermelhada do Senhor durante Treta-yuga, Ele ensinou o processo de realizar grandes rituais e sacrifícios religiosos. Em Dvapara-yuga, o Senhor apareceu em Sua forma enegrecida como Krishna e induziu as pessoas a adorarem-nO diretamente. Então, em Kali-yuga, o Senhor aparece em uma cor dourada como Seu próprio devoto, demonstrando a outros o processo espiritual para esta era. Acompanhado por Seus associados pessoais, Ele introduziu o processo de hari-nama-sankirtana, ou o canto e a entoação congregacional dos santos nomes do Senhor, especificamente na forma do mantra Hare Krishna. Ele pessoalmente canta e dança em amor extático por Deus. Através desse processo, Ele entrega a todos esse amor a Deus. Quaisquer resultados espirituais obtidos por meio de outros processos nos três yugas anteriores podem ser facilmente obtidos em Kali-yuga mediante o cantar dos santos nomes de Krishna. Trata-se do processo mais fácil para alguém se livrar da existência e alcançar o reino transcendental.36

Os Shaktyavesha-avataras


O último tipo de avatara é o que se chama de shaktyavesha-avatara. São seres vivos que são dotados de poder pelo Supremo para agirem de certas maneiras e cumprirem uma missão em particular. Tais avataras incluem os quatro Kumaras, Narada Muni, o Senhor Parashurama, frequentemente Vyasadeva, e o Senhor Brahma. O Senhor Sheshanaga, nos mundos espirituais vaikuntha, e Sua expansão como o Senhor Ananta, no mundo material, também são encarnações dotadas de poder. O poder do conhecimento foi dado aos Kumaras. O poder da devoção ao Senhor foi dado a Narada. Brahma foi, é claro, dotado com habilidade de criar. Parashurama recebeu o poder de matar os muitos homens nocivos e ladrões que estavam no planeta no Seu tempo. Quando quer que o Senhor esteja presente em alguém por uma porção de Suas várias potências, essa entidade viva é considerada um shaktyavesha-avatara – um ser vivo especialmente investido de poder pelo Senhor.37

É através dessas muitas encarnações que o Senhor mantém o universo e fornece orientação aos seres vivos dentro dele. Entender esse conhecimento é uma parte importante na percepção do plano por trás do universo e nosso propósito dentro dele, e o mesmo fornece grandes benefícios a todos que ouvem sobre ele. Como se explica no Srimad-Bhagavatam (8.23.30), “se alguém ouve acerca das incomuns atividades da Suprema Personalidade de Deus em Suas várias encarnações, ele certamente se eleva aos sistemas planetários mais elevados ou até mesmo volta diretamente ao Supremo, o domínio espiritual”.


Se gostou deste material, também gostará do conteúdo destas obras:


Referências

1. Bhagavad-gita 4.7-8
2. Ibid., 3.2.7
3. Srimad-Bhagavatam 1.3.6
4. Ibid., 2.7.5
5. Ibid., 1.3.7 & 2.7.1
6. Ibid., 1.3.8
7. Ibid., 2.7.19
8. Ibid., 1.3.9
9. Ibid., 2.7.6
10. Ibid., 1.3.10
11. Ibid., 2.7.3
12. Ibid., 1.3.11 & 2.7.4
13. Ibid., 1.3.12
14. Ibid., 1.3.13 & 2.7.10
15. Ibid., 2.7.11
16. Ibid., 1.3.14
17. Ibid., 2.7.9
18. Ibid., 1.3.15 & 2.7.12
19. Ibid., 1.3.16
20. Ibid., 2.7.13
21. Ibid., 2.7.21
22. Ibid., 1.3.17
23. Ibid., 1.3.18 & 2.7.14
24. Ibid., 1.3.19 & 2.7.17-18
25. Ibid., 1.3.20 & 2.7.22
26. Ibid., 1.3.21& 2.7.36
27. Ibid., 1.3.22
28. Ibid., 2.7.23-5
29. Ibid., 1.3.23 & 2.7.26
30. Ibid., 1.3.24 & 2.7.37
31. Ibid., 1.3.25 & 2.7.38
32. Ibid., 1.3.35, 37
33. Ibid., 1.3.38
34. Ibid., 1.3.5, significado & Chaitanya-charitamrita, Madhya-lila, 20, 319-328
35. Srimad-Bhagavatam 1.3.5, significado & Chaitanya-charitamrita, Madhya-lila, 20, 329-333
36. Chaitanya-charitamrita, Madhya-lila, 20, 334-347 & Srimad-Bhagavatam 11.5.32, 36 & 12.3.51-2
37. Chaitanya-charitamrita, Madhya-lila, 20.369-73