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Cristãos e judeus se unem para orar juntos por Jerusalém
Esta semana ocorreu a conferência “Jerusalem Prayer Breakfast” (JPB) em Orlando, nos Estados Unidos.
Como o nome indica, trata-se de uma reunião de oração pela paz da cidade de Jerusalém, inspirado pelo mandamento bíblico do Salmo 122.
A iniciativa, que começou em 2017, tem apoio oficial do Knesset (Congresso de Israel). Liderada pelo deputado Robert Ilatov, presidente da Comissão de Aliados Cristãos do Knesset, seu objetivo é estreitar as relações dos cristãos com a cidade santa.
O empresário Albert Veksler, co-fundador do JPB, explica que trata-se de um movimento de oração que reúne líderes políticos e religiosos para que as “nações se alinhem com os propósitos de Deus para Israel e Jerusalém”.
O evento em Orlando durou três dias e teve a participação do embaixador de Israel na ONU, Danny Danon. Ele contou que as Nações Unidas já assumiram uma postura claramente anti-Israel e que seu país tem, de fato, poucos aliados. Para o diplomata, é no meio dos cristãos que ele vê o apoio mais sincero.
O embaixador afirmou:
Na ONU, todos os dias eles culpam Israel. Eles nos condenam, duvidam da nossa conexão com Jerusalém e com o local sagrado [Monte do Templo]. Eu sei que estamos do lado certo da história, mas quando vejo todo apoio e amor que vocês dão à comunidade judaica fico inspirado em ver tantos amigos de Israel se unindo, orando juntos por nós.
Palestinos rezam em Jerusalém na primeira sexta-feira do Ramadã
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Dezenas de milhares de muçulmanos palestinos foram até Jerusalém
sob extrema proteção policial para participar da primeira grande oração
de sexta-feira do Ramadã - AFP
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Ramadã: palestinos rezam em massa em Jerusalém - AFP
AFP
Dezenas de milhares de muçulmanos palestinos foram até
Jerusalém sob extrema proteção policial para participar da primeira
grande oração de sexta-feira do Ramadã, o mês sagrado de jejum e
orações, na ultrassensível Esplanada das Mesquitas.
Cerca de 250.000 fiéis participaram da primeira grande oração semanal
desde que começou o mês do jejum no sábado passado, indicou a fundação
islâmica que administra o terceiro local santo do Islã. A polícia
israelense falou em 100.000 participantes e não informou sobre
incidentes.
A polícia de Israel, armada, estava a postos nas entradas da Cidade
Antiga e na Esplanada das Mesquitas, constatou a AFP no local.
Os oficiais adiantaram que mobilizariam agentes devido aos milhares
de fiéis que eram esperados para a oração. O local era sobrevoado por
helicópteros enquanto a maioria das ruas que levam à Cidade Antiga
estava fechada para o tráfego.
A Cidade Antiga foi transformada em “campo militar”, disse Ibrahim,
de 62 anos, mas isso não muda a sua “alegria já que só podemos entrar em
Jerusalém quatro vezes ao ano, nas sextas do Ramadã”.
– Sagrada para judeus e muçulmanos –
Esta oração é feita alguns dias antes do 50º aniversário da Guerra
dos Seis Dias, ou Guerra de Junho de 1967 para os árabes, e da tomada da
parte leste de Jerusalém, onde está a Cidade Antiga e a Esplanada das
Mesquitas.
Israel anexou a parte oriental de Jerusalém, o que nunca foi
reconhecido pela comunidade internacional, que a considera um território
ocupado. Os palestinos querem fazer de Jerusalém leste a capital do
Estado que aspiram.
A esplanada, símbolo nacional e religioso intangível para os
palestinos, fica no centro do conflito israelense-palestino, e catalisa
de maneira crônica as tensões.
Todos os seus acessos estão controlados pelas forças israelenses. Mas
a esplanada em si permanece sob a custódia dos guardas jordanianos por
razões históricas.
O local é muito sensível já que também é venerado pelos judeus, que o
chamam Monte do Templo. Eles têm o direito de visitar, mas não de
rezar.
As autoridades israelenses flexibilizaram as restrições de acesso ao
local pelo Ramadã. Os homens de mais de 40 anos e todas as mulheres
vindas da Cisjordânia foram autorizados a entrar sem a necessidade de
uma permissão, disse a polícia israelense.
Em tempos normais, os palestinos da Cisjordânia têm a entrada proibida em Jerusalém e em Israel sem uma autorização.
– “Obrigação religiosa” –
A Cisjordânia também está ocupada pelo exército israelense desde 1967 e Israel controla todos os acessos.
As autoridades do país também autorizaram a visita de 100 homens e
mulheres de mais de 55 anos vindos da Faixa de Gaza, de onde os cidadãos
tem que passar por Israel para chegar a Jerusalém.
A Faixa de Gaza, governada pelo movimento islamita Hamas, inimigo de
Israel, está submetida a um bloqueio israelense e as autorizações de
saída são raras e aleatórias.
Logo
pela manhã, grupos de homens e mulheres, separados, chegavam ao postos
de controle israelenses fortificados de Qalandia, principal local de
passagem para os palestinos entre a Cisjordânia ocupada e Jerusalém,
para ir à Esplanada das Mesquitas, alguns quilômetros mais ao sul.
Kefaya Shrideh, de 40 anos, de Nablus, destacou a importância desta primeira sexta-feira de oração do Ramadã em Jerusalém.
“É importante que nós rezemos em Al-Aqsa e não a abandonemos já que
temos medo que os judeus a tomem”, expressando a inquietação que
predomina entre os muçulmanos palestinos que temem que Israel acabe
controlando completamente a Esplanada das Mesquitas, chamada Al-Aqsa.
“É um dever e uma obrigação religiosa rezar em Al-Aqsa sejam quais
forem as dificuldades e os obstáculos”, insistiu Abdeljawad Najjar, de
61 anos, também de Nablus, falando das restrições de acesso impostas por
Israel.