Iraque: «Cristãos estão a ser perseguidos, yazidis estão a ser eliminados» - Irmã Irene Guia
Campanhas devem ser «mais universais», diz responsável do JRS
Dohuk, Iraque, 21 out 2016 (Ecclesia) - A Irmã Irene Guia disse à Agência ECCLESIA que é necessário “alargar” os destinatários das campanhas de apoio às populações do Médio Oriente, nomeadamente aos yazidis que estão a “ser eliminados”.
“Os cristãos estão a ser perseguidos, mas os yazidis estão a ser eliminados”, afirmou a religiosa, responsável pelos projetos do Serviço Jesuíta aos Refugiados (JRS) no distrito de Dohuk, na Região Autónoma do Curdistão Iraquiano.
A comunidade étnico-religiosa yazidi é constituída por perto de um milhão de pessoas e a maioria vive no Iraque.
Perseguida por diferentes regimes, os yazidis estão a ser alvo de um genocídio desde 2014 por parte do autoproclamado Estado Islâmico.
Para a irmã Irene Guia é “aterrador” o que se está a passar com as mulheres yazidis, que estão a ser alvo de “violações, vendidas em mercados e passadas de mão-em-mão para todo o tipo de abusos”.
“Há algumas mulheres que conseguem fugir ou são compradas e são libertadas. São como escravas readquiridas para a liberdade. São escravas neste mercado de homens”, referiu a religiosa, no Curdistão Iraquiano há um mês.
O JRS está a desenvolver projetos de ajuda a esta comunidade, nomeadamente às mulheres, através de um programa de saúde mental porque essas pessoas têm a cabeça “feita num caco”, sublinhou.
Para a irmã Irene Guia, as campanhas de apoio aos cristãos perseguidos devem ser desenvolvidas, mas é necessário “alargar os corações e a generosidade”.
“Que as campanhas sejam mais universais e não exclusivamente para os cristãos”, apelou.
“Não podemos ficar com o olhar exclusivo aos nossos quando vemos um povo a ser eliminado e não têm apoios internacionais”, acrescentou a religiosa.
De acordo com a Irmã Irene Guia, os cristãos “estão mal” na região, sofrem perseguições, mas “todos eles têm apoio”.
“Que as nossas campanhas pelos cristãos de aqui signifique também que temos de olhar pelos yazidis daqui”, concluiu.
PR
Refugiados
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